• Dom. Mai 19th, 2024

Jornal Cidade em Foco

O Sul de Minas mais próximo de você!

TATU GALINHA MORRE ATROPELADO NA BR265

By 

Mar 12, 2024

Edição 1/12032024
TATU GALINHA – MAIS UM ANIMAL SILVESTRE PERDE A VIDA ATROPELADO NA BR265

Após uma Jaguatirica perder a vida ao tentar atravessar a BR265, nas mediações do Rio Cervo, rio este que faz a divisa entre Lavras e Nepomuceno, agora lamentavelmente foi a vez de um tatu.

Tristemente é comum avistar animais silvestres mortos por atropelamento naquela localidade. Ali é uma região de mata preservada cujo leito do rio é rico em sua biodiversidade e, além de desaguar no Rio Grande, e ele também possui grande e ampla oferta de alimentos para todos os tipos de animais e aves tornando a população de animais muito variada.

Para falar sobre este tipo de mamífero, convidamos o biólogo especialista em zoologia certificado pelo conselho regional de biologia 4ª região, Mestre em Ciências Veterinárias e professor universitário, Tiago Lima.

O Dasypus novemcinctus (Tatu-galinha) são mamíferos e podem viver até 22 anos. Eles são terrestres e possuem hábitos fossoriais, o que significa que o animal é adaptado a escavar o solo e vive normalmente abaixo do mesmo. As tocas, local onde se abrigam, possuem várias entradas e têm aproximadamente 6 metros de comprimento. Para procurar alimento eles vasculham a parte superficial do solo, procurando por baixo das folhas caídas e revirando o solo cavando. Este comportamento alimentar é chamado de forrageio.

São mais ativos no fim da tarde e no início da manhã, mas também podem sair à noite (normalmente os adultos), dependendo da temperatura também durante o dia.

Os tatus-galinha alimentam-se principalmente de invertebrados (por exemplo, insetos), mas também podem comer partes de vegetais, como as raízes; pequenos vertebrados; ovos e carniça (animais que já estejam mortos). Existem 11 espécies de tatus no Brasil, sendo que o Dasypus novemcinctus é o que possui a maior distribuição entre todos os tatus no mundo, além de ser identificado em todas as regiões e biomas do Brasil.

Devido ao tipo de alimentação esses animais prestam um importante trabalho para o ambiente onde vivem, auxiliando na limpeza e renovação do solo, cavando e misturando a terra com as folhas caídas e se alimentando de partes dos animais mortos. Apesar de ser um animal bastante caçado é também comumente vítima de atropelamentos o tatu-galinha não consta na lista de animais ameaçados de extinção. Acredita-se que isto ocorra porque ele tem uma distribuição muito grande e porque é um animal que resiste razoavelmente bem a mudanças ambientais.

Atropelamento de animais silvestres nas rodovias brasileiras

A perda da biodiversidade por atropelamento de animais silvestres em estradas e rodovias brasileiras caracteriza-se como importante impacto ambiental causados por obras de aberturas de estradas e pavimentação. Estes impactos são superados até mesmo pelos impactos causados pela caça. Estima-se que aproximadamente 39 milhões de atropelamentos são de animais de médio porte, como os Tatus, dentre outros.

Os animais estão distribuídos nos ecossistemas naturais há milhões de anos, se deslocando livremente para exploração de recursos e manutenção de suas necessidades. Com o crescimento da população humana e a urbanização de ecossistemas naturais observamos o aumento gradativo da fragmentação dos ecossistemas tendo como resultados, além de outros impactos, os atropelamentos causados por obras de infraestrutura e mobilidade. Esses impactos ambientais promovem a redução do fluxo gênico das populações promovendo a médio e longo prazo a extinção de determinadas espécies e, em alguns casos, desequilibrando todo o ecossistema em função de controle natural de determinadas populações através da ausência de predadores naturais ou presas.

Vale muito lembrar que um animal atropelado pode atrair outros animais gerando assim um ciclo de atropelamentos além de oferecer risco de acidentes em função do porte do animal atropelado.

A ecologia de estradas surge para resolução desses conflitos proporcionados pelos estudos sobre os impactos causados pelos empreendimentos erguidos, como as estradas. Por tanto para se considerar a construção de estradas e fragmentação de ecossistemas  faz-se necessário a apresentação de soluções baseadas na ecologia durante o planejamento e licenciamento da obra como construção de dutos, viadutos vegetados, instalação de cercas proporcionando a passagem da fauna silvestre garantindo o transito dos animais livremente de forma segura e evitando acidentes, concluiu Tiago Lima.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *